O Vinho Madeira é importante para a identidade não apenas de uma, mas de várias comunidades e grupos.

Há que considerar, em primeiro lugar, os cerca de 250.000 habitantes da Região Autónoma da Madeira que identificam o Vinho Madeira como fazendo parte da sua identidade cultural. Sem esquecer os cerca de 1,5 milhões de madeirenses e seus descendentes na África do Sul, Antilhas Holandesas, Austrália, Brasil, Canadá, Equador, Estados Unidos da América, França, Ilhas do Canal, Panamá, Reino Unido e Venezuela.
A cadeia, que vai desde a vinha até ao copo e ao prato, é longa e atravessa fronteiras. Na Região Autónoma da Madeira, são cerca de 1200 mulheres e homens que tratam da vinha; cerca de 200 funcionários das adegas exportadoras (assumindo diferentes tarefas especializadas: os agrónomos que acompanham os agricultores, os empregados que estão encarregados do processo de vinificação, os tanoeiros que reparam as pipas, os responsáveis pelo envelhecimento do vinho, os que o engarrafam, os enólogos, os técnicos de laboratório, etc.); os organizadores e participantes nos eventos que ocorrem anualmente em diversas áreas da Madeira, no quadro da Festa do Vinho; os funcionários do Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira afetos a este setor.

Sem esquecer os madeirenses residentes no arquipélago que bebem o Vinho Madeira em épocas festivas, como no Natal (acompanhando sobretudo o bolo de mel de cana) e em aniversários. Costumam levar estes dois produtos como ofertas ou “lembranças”, quando viajam para visitar familiares ou amigos no Continente português e espalhados pelo mundo. Destacam-se ainda os membros da Confraria do Vinho Madeira e da Confraria Enogastronómica da Madeira que se dedicam à salvaguarda desta tradição vitivinícola.
Fora da Região Autónoma, há ainda os importadores que asseguram a distribuição do Vinho Madeira; os chefs que o usam como ingrediente na confeção dos seus pratos; os sommeliers que o aconselham aos seus clientes; os peritos que avaliam as garrafas de coleção, no quadro de vendas em leilão; os próprios colecionadores que as compram. Todos estes dão um propósito ao esforço cumulado dos agentes envolvidos a montante.
E não podemos esquecer a vasta comunidade de apreciadores de Vinho Madeira, sem os quais este Património vitivinícola não se teria perpetuado até aos nossos dias. Não se sabe ao certo quantos são, mas o seu número é muito elevado, considerando os cerca de 2.270.000 litros engarrafados e vendidos, no ano de 2023, em 60 países diferentes, distribuídos por todos os continentes.
